Em um movimento estratégico para fortalecer a economia local, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sancionou recentemente uma lei que cria incentivos para a instalação de uma nova Bolsa de Valores na cidade. A medida foi oficializada em uma cerimônia na Associação Comercial do Rio de Janeiro, onde Cláudio Pracownik, CEO da Americas Trading Group (ATG), anunciou a previsão de início das operações até o segundo semestre de 2025.

Incentivos Fiscais para Impulsionar a Nova Bolsa

A lei aprovada pela Câmara de Vereadores reduz a alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2% para empresas que desejam desenvolver atividades relacionadas à Bolsa de Valores no Rio de Janeiro. Essa redução tributária visa atrair empresas e consolidar a cidade como um novo centro financeiro.

América Trading Group à Frente do Projeto

A ATG, uma empresa de tecnologia para negociação de ativos financeiros com atuação no Brasil, América Latina e EUA, lidera o projeto da nova Bolsa. Desde o ano passado, a ATG é controlada pelo fundo soberano Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos. Segundo Pracownik, a nova Bolsa planeja operar em fases, iniciando com ações, cotas de fundos e aluguel de ações, seguido por câmbio, mercado de derivativos e futuros.

Aprovações Regulamentares Pendentes

Para que a nova Bolsa comece a operar, ainda são necessárias aprovações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central. Pracownik mencionou que a ATG espera estar tecnologicamente pronta em 2024, com um período de testes previsto para seis meses. O registro da clearing, empresa responsável pelas liquidações e operações, já está em andamento junto ao Banco Central e a CVM.

Apoio Financeiro do Mubadala

O aporte financeiro do Mubadala foi crucial para a criação da clearing, dada a necessidade de reservas substanciais para compensações. Pracownik destacou a importância de ter um investidor estrangeiro com credibilidade internacional e capacidade financeira robusta.

Localização e Nome da Nova Bolsa

Ainda não foi definido o local exato onde a nova Bolsa será instalada, mas a preferência é por um imóvel entre o Centro e a Zona Sul, próximo ao Aeroporto Santos Dumont. O nome da futura Bolsa, que não incluirá “Rio” em seu título, será revelado em breve, refletindo uma perspectiva nacional apesar de sua localização.

Histórico da Antiga Bolsa do Rio

A antiga Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), localizada na Praça XV, foi fechada em 2002 após uma série de escândalos financeiros e crises especulativas, como a protagonizada por Naji Nahas em 1989. Nos anos 1990, a BVRJ foi palco de importantes leilões de privatização, mas acabou sendo incorporada pela Bolsa de São Paulo (Bovespa), que mais tarde se fundiria com a BM&F para formar a atual B3.

Com a criação desta nova Bolsa, o Rio de Janeiro busca retomar sua relevância no cenário financeiro brasileiro, oferecendo uma alternativa robusta à B3 e atraindo novos investimentos para a cidade.